Lutar contra uma doença crônica envolve mudanças em vários aspectos do cotidiano: desde as consultas frequentes até adaptações simples no dia a dia, são vários os elementos que são repensados nesse contexto. Por isso, é muito importante saber como deve ser a alimentação para quem tem câncer.
Se somos aquilo que comemos, no contexto da oncologia, o cuidado com a alimentação deve ser ainda redobrado. Isso ocorre porque o correto equilíbrio de nutrientes e vitaminas no corpo pode influenciar indiretamente no tratamento. Efeitos colaterais de medicamentos e qualidade de vida são alguns dos aspectos que estão relacionados à dieta.
Por isso, trazemos hoje 7 dicas objetivas de alimentação para quem tem câncer. Seguindo essas orientações, é possível aproveitar ao máximo o que o tratamento tem a oferecer; além disso, você pode viver melhor com uma dieta balanceada e individualizada à sua situação. Vamos lá?
Aproximadamente 70% de nossa composição corporal é água. Esse elemento está presente em todas as nossas células e é primordial para a maioria dos processos químicos do corpo. Além disso, a hidratação previne uma série de outras doenças que podem piorar a qualidade de vida e ser concomitantes com o quadro oncológico.
Alguns medicamentos para o câncer, principalmente quimioterápicos, podem causar efeitos colaterais nos rins. Por esse motivo, é fundamental manter uma boa hidratação: a água da dieta estimula a circulação de sangue, que garante o bom funcionamento renal. Além disso, a desidratação pode ser um fator de complicação no tratamento e pode piorar os efeitos colaterais dos medicamentos.
O prato ideal é composto por um quarto de carboidratos, um quarto de proteínas e metade de salada. Comer verduras e legumes é essencial para cumprir as necessidades nutricionais de nosso corpo: vitaminas de todos os tipos, minerais e fibras estão presentes nesses alimentos e são fundamentais para o funcionamento do metabolismo.
O açúcar refinado está presente em vários alimentos de nosso cotidiano. Pães, biscoitos, doces e bebidas gasosas são ricos nesse componente, e são cada vez mais consumidos. Mesmo em indivíduos saudáveis, o consumo excessivo de açúcar é altamente contraindicado pelo risco de diabetes. Esses alimentos também já foram relacionados com outras doenças, como o Alzheimer e o infarto do miocárdio.
O consumo de calorias e carboidratos é responsável pela secreção de insulina pelo pâncreas. Esse é o hormônio responsável por facilitar a entrada de glicose dentro das células e dar energia para a sua sobrevivência. Ele também está envolvido na aquisição do diabetes e em disfunções do sistema imunológico humano.
O ideal é que a insulina seja secretada constantemente, sem atingir grandes concentrações. Desse modo se impede a hipoglicemia e a resistência à insulina, que podem piorar o quadro neoplásico e predispor a outras doenças. Por isso, recomendamos que as refeições sejam feitas em maior número e menor quantidade; poucas porções em mais vezes por dia são muito mais saudáveis e facilitam o funcionamento correto dos seus órgãos.
As fibras solúveis são aquelas que formam um gel quando interagem com a água. Elas não são digeridas pelo trato gastrointestinal e nem absorvidas, chegando ao intestino intactas. Sua função no auxílio do tratamento e na prevenção de diversas doenças tem sido cada vez mais estudada; hoje, elas são altamente recomendadas na alimentação para quem tem câncer.
Quando essas estruturas chegam ao intestino, elas ajudam a regular a absorção de outros nutrientes, como gorduras e carboidratos. Sua ação se assemelha ao tópico anterior, mantendo uma absorção mais prolongada e evitando picos de insulina. Dentre os alimentos que contêm fibras solúveis estão os cereais, as frutas e as sementes oleaginosas.
Porém, apesar de todos esses benefícios, é preciso conversar com seu nutricionista, médico ou enfermeiro acerca da alimentação com fibras durante o período de tratamento e quando os efeitos colaterais de quimioterapia acontecem. Fale com nosso enfermeiro pelo chat!
Embora tenhamos mencionado que a hidratação é fundamental no contexto oncológico, não é uma boa ideia se hidratar enquanto come. Quando ingerimos líquidos durante as refeições, o alimento adquire maior velocidade ao passar pelo trato gastrointestinal. Isso dificulta a regulação da absorção de nutrientes e pode piorar a frequência de evacuações.
Como a diarreia é um dos principais efeitos colaterais de agentes quimioterápicos, ela pode ser ainda intensificada com esse hábito. Além disso, beber líquido durante as refeições também ajuda a desequilibrar a secreção de insulina; por fim, as alterações nutricionais também podem impactar na fisiologia da doença e trazer efeitos deletérios.
Nosso corpo trabalha com base em um “relógio biológico” interno que o mantém atualizado em relação ao horário. Por esse motivo, sabemos, mesmo em uma sala fechada, se está de manhã ou de noite, por exemplo. Dentre os hormônios envolvidos nesse processo estão a melatonina, o cortisol e… a insulina.
Comer cada dia em um horário diferente ajuda a confundir esse relógio biológico. Com isso, processos que seguem o ritmo interno podem ficar afetados: o funcionamento do sistema imune, por exemplo, é ditado pelo mesmo relógio biológico. Por isso, algumas doenças apresentam sintomas mais fortes em um determinado momento do dia; um dos sintomas sugestivos de câncer é a sudorese noturna, que ocorre durante a noite.
A alimentação para quem tem câncer é um dos pontos mais importantes da rotina de quem convive com a doença. Saber suas principais características ajuda a tomar decisões que favoreçam o tratamento e não piorem os efeitos colaterais. Com isso, é possível viver melhor, manter a qualidade de vida e ter um tratamento mais eficaz.
Uma boa hidratação e a alimentação equilibrada certamente podem te ajudar. Deixe seus comentários sobre o asunto
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